segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Des-culpa.



Hoje escutei uma coisinha que me deixou meio intrigada.
Uma pessoa do meu trabalho, ao falar sobre sua avaliação do ano de 2011, na escola, disse ao final do seu discurso, o seguinte:

"-Não vou pedir desculpa por aquilo que cometi durante o ano. Até porque, o ano está acabando. Tudo já foi. Passou."

Fiquei com a sensação de que foi meio orgulhosa, no momento em que disse essas palavras. Mas logo depois, fiquei pensando nisso.
As pessoas, e aí também me incluo, pedem o tempo todo "desculpa", como se fosse a solução de todos os erros. Como se também não fossem praticá-los mais. E nós sabemos, raramente não os cometemos novamente. Então, acho que essa pessoa foi é corajosa.
A presença do des, muitas vezes nos conforta da "ausência de culpa". Como se em um passe de mágicas fosse des-fazer algum mal cometido.
Eu sei que é importante reconhecer um erro e pedir perdão. E como é importante!
Mas tomemos mais cuidado com essa palavrinha, pra que não vire mais uma expressão, como aquele "bom dia" automático, dado ao porteiro do prédio, sem nunca ter lhe olhado a cor dos olhos e do sorriso.
Desculpa, é como falar do amor que se sente. É preciso construí-lo com bom alicerce. Caso contrário, é só palavra.