quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Delicadezas.

-Sou difícil de lembrar o nome das pessoas...
-Ah, é?! Que bom que se lembrou do meu...
-Não precisei me lembrar do seu nome. Eu não me esqueci dele...
-E qual é a diferença?
-A diferença é que para lembrar é preciso de um mínimo de esforço, mas quando não se esquece, não. Antes mesmo de você pensar ele está alí...


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Doce.

Dançava sozinha. Ele chegou, e me disse no ouvido:
_Demorei, mas consegui chegar! Pegue aqui! (com a garrafa de cerveja e o copo plástico em uma das mãos, e um outro copo na outra mão).

(Ele me apontava com o queixo pra pegar o copo plástico).

Eu o peguei, e então:

_O quê é?
_Uma pinguinha (...) com açucar...

Dei um gole sutil, (com receio por não saber o sabor).
Olhei para o fundo do copo...

_Nossa, é doce mesmo!
_Lógico que é. Fiz especialmente pra você!
_Sério? Foi especialmente para mim?
_Sim...bom, né?
_Muito bom, obrigada!

Abaixei a cabeça, um pouco tímida. Ergui novamente. Seus olhos se encontravam com os meus. As faces já estavam bem próximas. O ar, um do outro, já se fundiam num pequeno espaço de uma cristalizada bolinha de sabão.
O mais doce estava por vir.
Quando me dei conta, estava no último gole do copo.
Mas não foi do último gole que a bebida mais doce eu provei.

A saliva agora era puro mel.

Do amargo, a vida vem me presenteando não apenas com um doce, mas com divinas vertentes dele.