segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Doce.

Dançava sozinha. Ele chegou, e me disse no ouvido:
_Demorei, mas consegui chegar! Pegue aqui! (com a garrafa de cerveja e o copo plástico em uma das mãos, e um outro copo na outra mão).

(Ele me apontava com o queixo pra pegar o copo plástico).

Eu o peguei, e então:

_O quê é?
_Uma pinguinha (...) com açucar...

Dei um gole sutil, (com receio por não saber o sabor).
Olhei para o fundo do copo...

_Nossa, é doce mesmo!
_Lógico que é. Fiz especialmente pra você!
_Sério? Foi especialmente para mim?
_Sim...bom, né?
_Muito bom, obrigada!

Abaixei a cabeça, um pouco tímida. Ergui novamente. Seus olhos se encontravam com os meus. As faces já estavam bem próximas. O ar, um do outro, já se fundiam num pequeno espaço de uma cristalizada bolinha de sabão.
O mais doce estava por vir.
Quando me dei conta, estava no último gole do copo.
Mas não foi do último gole que a bebida mais doce eu provei.

A saliva agora era puro mel.

Do amargo, a vida vem me presenteando não apenas com um doce, mas com divinas vertentes dele.



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