sábado, 21 de maio de 2011

Sobre os clichês.

Há tempos eu concordo com Lulu Santos que canta "nem sempre é so easy se viver", mas também há tempos eu não escuto, ou leio nada de novo. As vozes parecem repetir a mesma melodia sempre. Até eu mesma, não suporto mais ouvir a minha mesma composição.
Dizer aqui que busco algo novo, é clichê demais. Todo mundo diz isso o tempo todo. Então, o que escrever, o que dizer?
Quero escrever sobre a felicidade. Quero falar sobre o lado bom de se apaixonar. Quero escrever sobre entrega, sobre afeto, sobre relacionamentos saudáveis e fidelidade. Mas como escrever, se eu também não tenho nada novo pra falar de mim em todos esses assuntos? Sou "uma garota igual a mil", ou mesmo um ser humano igual a mil.
Então em nome de todos, me pergunto: Não estaríamos todos na busca incessante do mesmo objetivo? Por mais clichê que pareça?
Por que então não assumir de uma vez que essas coisas clichês fazem parte de tudo que necessitamos e ponto final? Por que embora sejam clichês, canções velhas a repetir sem parar, continuam sendo as mais importantes, e justamente o que não conseguimos alcançar?
Nessa minha fase "solteira" tenho aprendido ou desaprendido muito sobre as pessoas e sobre a minha pessoa. Ninguém quer parecer deixado de lado, mais ninguém quer doar um pedacinho de terra sagrada do seu coração a ninguém. O outro é sempre aquele que quer nos atingir, nos enganar, nos passar para trás. Mas, peraí! Do ponto de vista alheio eu também sou o tal do outro. Também tenho ferido pelo menos algum coração. Também tenho me esquivado para não me envolver. Também tenho muita insegurança em doar um pedacinho de terra sagrada do meu coração. Eu quero um lar, mas o que sou para o outro, um castelo de areia?
Estou hoje tão cansada de pensar no que o outro está pensando. Alguém nesse momento deve estar também cansado de pensar no que estou pensando. Que tal sermos todos sinceros? Jogo limpo, somente a verdade, nada mais que a verdade? Será que tem alguém disposto a pagar o preço de se "abrir"? Será que estou disposta a me abrir?
Se "ele" estivesse aqui na minha frente agora, e eu estivesse disposta a me abrir, (vamos lá, Daya!), o que diria? Faria um longo discurso? É isso que é "abrir" o coração?
Sinceramente, não acredito que seja isso "abrir" o coração. Em principio, materializar em palavras aquilo que sentimos não tem nada a ver com demonstração de afeto. Falar, falar e falar é bom sim, depois de ter entrado em contato com o mais íntimo do outro.
Para abrir o coração bastaria, acredito eu, simplesmente olhar o outro nos olhos. Ou então, deixar ser olhado.
Digo isso pois, nesse tempo "solteira", aprendi que tem duas coisas principais que a maioria das pessoas tem muita dificuldade em fazer, que é olhar realmente nos olhos e andar de mãos dadas.
E o mais triste é que, extinto essas duas atitudes primeiras para o envolvimento, e o tal do"abrir" o coração, é o fato que, sem nenhuma intimidade, ambos violam com o que deveria ser sagrado. E não digo isso me referindo ao ato de ser romântico, não quero ser demagoga. Digo isso por considerar que entregar o corpo a alguém que nunca olhou nos olhos, não segurou a mão, e definitivamente, não conhece nenhum pouco, não acrescenta nada a ninguém. No fundo ninguém quer algo que não acrescenta nada. Quer-se no momento possuir, sugar e penetrar no mais íntimo da outra alma. Mas que alma? Não tem alma de nenhum dos dois. Tanto que, ao afastar os corpos, paira o vazio, o vácuo profundo, o "estranho", a ausência de Deus, que nada mais é do que o intervalo entre eu e o outro. E o que fica?
Francamente, porque não somos todos o que queremos ser? Por que medir a altura da pedra mais alta? Por que sonhar a dois acabou ficando de lado? Por que tem bastado às pessoas "ficarem" com várias pessoas por apenas um momento, e nunca se permitir/sentir o prazer de olhar nos olhos e segurar a mão de alguém enquanto se caminha para o desconhecido?

Meu texto não é novo, eu sei. A ladainha é a mesma.
E mais uma vez, esses clichês, cansados de não ganharem vida para SER, continuarão fadados em palavras como essas. Presas aqui e prestes a morrer ao final de mais um texto no mundo.




domingo, 15 de maio de 2011

Mais ou menos.

Quando rimos um do outro, é mais
Quando sorrimos e não compartilhamos, é menos
Quando você me chama de Daya, é mais
Quando você me chama de Cara, é menos
Quando você me fala qualquer coisa que vem a sua cabeça, é mais
Quando você pensa demais pra falar de menos, é menos
Quando você me olha, é mais
Quando você se esconde, é menos
Quando você me beija, é mais
Quando você me deixa imaginando se quer beijar, é menos
Quando você é sincero, é mais
Quando não quer ser, é menos
Quando pega na minha mão, espontaneamente, é mais
Quando anda na minha frente, é menos
Quando me abraça e me aperta bem forte, é mais
Quando me deixa imaginando se quer abraçar, é menos
Quando você diz e faz, é mais
Quando diz e não faz, é menos
Quando ficamos e me lembro de tudo que dizemos um ao outro, é mais
Quando nem você, nem eu se lembram, é menos
Quando você chega, é mais que demais!
Quando você vai embora, é menos que demenos!
Quando você faz acontecer, é mais
Quando deixa ao acaso, é menos
Quando eu sinto você perto, é mais
Quando sinto um outro qualquer perto, é menos
Quando estamos juntos, é mais
Quando perco o sono, é menos
Quando você canta, é mais
Quando quero cantar, mas fico tímida, é menos
Quando você deixa escapar um pouco do seu universo, é mais
Quando mascara até os dedos, é menos
Quando sei o que devo fazer, é mais
Quando sei que faço o contrário do que devo, é menos
Quando tenho consciência que sei que nada quer, é mais
Quando me deixo levar pela primeira olhada que me dá, é menos
Quando sinto que poderia amar você, é mais
Quando sinto ser só paixão, é menos
Quando você pede e demonstra o que quer, é mais
Quando você cala, ou pergunta se quero, é menos
Quando sinto que é destino, é mais
Quando sei que é só coincidência, é menos
Quando eu sinto que é metade,
meio,
parcial,
mais ou menos,
então nada posso saber
Mais ou menos, magoa.







quarta-feira, 4 de maio de 2011

Conversando com Pedro e João.


PARTE 1 - Pedro, 11 anos.

- Pedro, que história é essa que está namorando a Talita, agora?
- Eu não!
- Mas ela disse que está!
- Ah! Então eu tô! (risos)
- Mas e a Pamela?
- Ah! Ela falou um montão de coisas, me xingou, falou que me odeia! Daí mandou não falar mais com ela...
- E o que você fez a ela, pra que te tratasse assim?
- O pior é que eu nem sei...
- Mas você disse que ela "falou um montão"...
- Éh, mas não falou o motivo (...) que eu me lembre (soltou outra risada)

(PARTE 2) João, 11 anos.

Então, João, melhor amigo do Pedro, entra na conversa.

- Ei, professora, eu também já namorei a Talita...
- Ah, é??!!
- Éh...mas não deu certo...
- (risos da professora) O que aconteceu?
- Ah! Ela me ligava o dia inteiro (...)
- E você disse isso ao Pedro?
- Disse...ele falou que nem rola de dar o telefone dele pra ela, não (...) Mas eu bem vi que pelo tanto de cartas que ela já mandou, também não vai dar certo não (soltou uma longa risada)
-(...)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

((((((saudade))))))

Vermelho - Marcelo Camelo

Às vezes eu só quero descansar
Desacreditar no espelho
Ver o sol se pôr vermelho

Acho graça
Que isso sempre foi assim
Mas você me chama pro mundo
E me faz sair do fundo de onde eu tô de novo

Nada sei dessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
Pra te procurar

Eu bem sei onde tudo vai parar
Já não tenho medo do mundo
Sou filho da eternidade

Trago nesses pés o vento
Pra te carregar daqui
Mas você sorri desse jeito
E eu que já perdi a hora e o lugar
Aceito.

Nada sei nessa tarde
Se você não vem
Sigo o sol na cidade
A te procurar

Nada de meu nesse lugar
A cidade vai pensar
Que nada aconteceu em vão
Você *não* vai me ligar então mais uma vez

http://www.youtube.com/watch?v=sabaPgXP7Zc