domingo, 20 de março de 2011

Escutando Seymour.

"...Seymour disse uma vez que tudo o que fazemos durante a nossa vida inteira é nos movermos de um pedacinho de Terra Sagrada para o próximo"
(página 150, JD Salinger, Pra cima com a viga, moçada! Seymour - uma introdução)

É com esse trecho do querido Salinger que inicio esse "desabafo".
Estou farta de pensar em mim 24 horas por dia. Estou sozinha, estou carente e verdadeiramente, estou um bocado egoísta, isso sim!
Sei disso por que não escuto mais ninguém. Não olho para o outro conseguindo me transportar para o lugar dele. A única coisa que faço o tempo todo é pensar o quão vítima sou da minha própria vida.
Preciso sair de foco, ser mais predicado. Quero ser importante quando me sentir doando, compartilhando, participando da vida do outro. Nem ao menos no meu trabalho tenho me dado por inteiro, e mesmo assim, ainda tenho ouvido "Você é a melhor professora que já tive..." E olha que ainda é março, e sinceramente, não mereço essas palavras vindas de um aluno meu.
Trabalho voluntário?
Não sei. Qualquer coisa que me transporte daqui, desse meu mundinho vazio, solitário e egoísta.
Nesse momento da minha vida, não quero "ser", quero "estar". Quero estar no outro num encontro verdadeiro de almas, que só fazem sentido se eu realmente sentir e me deslocar desse egocentrismo terrível no qual eu me instalei.
Vou violar essa esfera e invadir o universo fora de mim.

É hora de mudar o foco! Não quero ser o centro das atenções. Quero ser a atenção que as pessoas que me rodeiam necessitam.
Afinal, o que vale a vida se não formos um pedacinho de Terra Sagrada para o próximo?

Um dia de cada vez e não estou mais em mim.
D.


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